Candidato de oposição cresce para eleição na Assembleia

Bancada do PSD define sua posição na escolha do presidente da Assembleia nesta segunda

Candidato de oposição cresce para eleição na Assembleia
Eleição para a nova direção do legislativo mineiro será realizada em fevereiro (Arquivo ALMG)

Uma das últimas raposas da política mineira, o ex-governador Hélio Garcia, certamente inspirado em seus mestres, costumava comparar os primeiros movimentos de um novo mandato governamental ao transporte de porcos. No embarque é aquela gritaria, grunhidos e mordidas. Mas nos primeiros metros da viagem vem a acomodação, cada um ocupa o seu espaço e reina a paz. E agora, na sucessão da Mesa da Assembleia Legislativa de Minas, a história se repete. A gritaria e torno da presidência da Casa está parecendo o segundo turno da eleição estadual.

 

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E pelo andar da carruagem até agora, a estratégia dos correligionários do governador Romeu Zema parece não estar sendo bem sucedida. Se bem que no seu primeiro mandato ele já não contava com isso e não teve problemas sérios no parlamento. Só barulho... Mas a proximidade do início dos trabalhos legislativos faz aumentar a tensão entre os dois principais grupos que disputam o comando da Assembleia Legislativa de Minas.

 

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O candidato da oposição, Tadeu Martins Leite, do MDB, tem levado vantagem sobre o candidato apoiado pelo governador Romeu Zema, Roberto Andrade, do Patriotas. Antigas rusgas entre deputados e os articuladores políticos do governo colaboram para aumentar a força de Tadeu Leite, que tem avanço, inclusive onde o grupo de Zema contava como apoio certo.

 

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Na semana que passou, por exemplo, a bancada do PL decidiu apoiar o candidato da oposição. E dela faz parte o atual vice-presidente, Antonio Carlos Arantes, até então um fiel escudeiro de Zema na Casa e que pretendia ser presidente mas acabou desistindo porque não teve apoio do governador.

 

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O próximo alvo dos dois candidatos é o PSD, que se reúne nesta segunda-feira para se posicionar em bloco em torno de um dos dois candidatos. O partido é presidido pelo ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, que não esconde a preferência pelo apoio ao emedebista. Na vice-presidência está o deputado Cássio Soares.

 

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Mas ao que se informa a bancada anda insatisfeita com o ministro, que apesar de ganhar a pasta no governo Lula não a levou de “porteira fechada”. Já é fato que ele não consegue nomear ninguém de seu grupo para os principais postos na pasta, pois está sendo barrado pelos interesses do PT mineiro – que também está insatisfeito porque não emplacou nenhum nome nos ministérios.

 

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Como se vê, nessa analogia à historinha de Hélio Garcia o embarque da nova legislatura da política mineira está apenas começando... Depois dos primeiros kms, como também mostra o folclore da política mineira, são todos da mesma bancada, o PG – partido do governo.