Campeã brasileira é atropelada e morre na Serra da Canastra

Notícias do dia - 2 de Junho de 2024, Domingo

Campeã brasileira é atropelada e morre na Serra da Canastra
Acidente foi registrado na quinta e corpo foi cremado no sábado. Motorista fugiu sem prestar socorro (Reprodução)

A Polícia Civil de Minas Gerais vai investigar o possível atropelamento da ciclista Laís Saes, campeã brasileira de ciclismo em estrada, que morreu no feriado do dia 30, após ser atropelada em uma estrada de terra na Serra da Canastra, em Delfinópolis.

A atleta foi atropelada enquanto treinava junto com um grupo de ciclistas na região da Bateia. Ela estava em uma subida quando um quadriciclo, descendo pela mão contrária, a teria atingido.

De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, Laís estava em uma subida no momento do acidente, quando uma UTV, uma espécie de veículo offroad, semelhante a um quadriciclo, passou pelo grupo de ciclistas

Segundo a polícia, a ciclista estava sozinha no trecho e foi encontrada ferida por pessoas que passavam pelo local. Ela foi socorrida pelo Samu, mas chegou ao hospital municipal sem vida. Testemunhas disseram ter visto um veículo em alta velocidade na região na hora do acidente.

O corpo da ciclista foi levado ao Posto Médico Legal em Passos e encaminhado para Jundiaí, onde foi velada no último sábado, 1º de junho, e, em seguida, foi levada para a cremação em Itatiba, no interior paulista.

 

PROPRIETÁRIO SE APRESENTA

 

O motorista suspeito de atropelar a atleta Lais Mendes Saes, de 42 anos, campeã paulista de ciclismo de estrada em 2021, se apresentou à Polícia Civil na segunda-feira (3).

Conforme a polícia, as investigações prosseguem com agendamento de oitivas de testemunhas nos próximos dias. O laudo de exame necroscópico, elaborado pelo Posto Médico-Legal, já foi juntado aos autos, estabelecendo como causa da morte o politraumatismo contuso.

A Polícia Civil aguarda a elaboração do laudo pericial do local dos fatos. Após a conclusão do procedimento investigativo, ele será relatado e encaminhado para o Ministério Público e a Justiça.

Após ouvido, o motorista, que é de Ribeirão Preto (SP), foi liberado.

O advogado Daniel Rondi, que defende o motorista do quadriciclo disse ao repórter Dirceu Martins, da EPTV Ribeirão Preto, negou que o cliente dele tenha fugido do local do acidente e que o que aconteceu foi uma fatalidade.

"Primeiro é dizer que lamentamos a perda dessa atleta, a defesa está muito condoída com essa fatalidade, mas de fato foi um acidente, uma fatalidade, do qual o meu cliente não se omitiu em prestar socorro. A lei determina que a pessoa estando impedida de fazê-lo pessoalmente, ela deve buscar ajuda pública e foi o que ele fez, ele estava em um quadriciclo de apenas dois lugares, ele chegou a colocar a atleta dentro do seu veículo para deslocar para o hospital, porque é um local inóspito, não tem sinal de celular, é de difícil acesso e quando as pessoas chegaram ao acidente, outros carros, entenderam por bem mantê-la no local do acidente e começaram a proceder um atendimento de emergência pelo local e ele se deslocou ao hospital. Então, observe, ele não deixa o local em fuga, ele vai até o hospital da cidade e informa a médica de plantão sobre o acidente, ele fala com o motorista de ambulância, ensina, explica o local do acidente, para que se busque um auxílio público ao acidente", disse o advogado.

O advogado ainda disse que o cliente não tinha dimensão do acidente era grave a ponto de levar a ciclista à morte e que, quando soube, procurou a polícia para dar explicações.

"O que ele explicou ao delegado é o fato dela estar à contramão porque ela estava na mesma faixa de rolamento na qual ele procedia com o carro, em uma curva aberta. Tanto que isso vai ser facilmente demonstrando pela perícia técnica, o carro está preservado, a polícia deixou que o carro ficasse preservado, ele vai passar por perícia, ele tem marcas que a gente chama na linguagem jurídica de vestígio, que vai demonstrar exatamente o local onde bateu, a forma que bateu, a dinâmica do acidente, exatamente por não causar lesões mais sérias à própria atleta fisicamente, aparentemente e à própria bicicleta, tudo isso na colheita desses vestígios dará conta que foi uma fatalidade", disse o advogado.

Ele ainda concluiu dizendo que o condutor do quadriciclo estava em baixa velocidade quando o acidente ocorreu.

"Ele estava em uma velocidade baixa de 30 a 50 quilômetros por hora, porque inclusive era um aclive, ele estava se deslocando, e ela em uma descida, ela estava um pouco mais acelerada em uma descida, então ele se coloca nessa posição", completou.

A Prefeitura de Delfinópolis informou que está tomando medidas necessárias para esclarecer o acidente e informou que a velocidade máxima permitida na estrada é de 40 quilômetros por hora.

 

 

CARREIRA

 

Nascida em Jundiaí, no interior de SP, Laís foi campeã paulista de ciclismo de estrada em 2021, na categoria Elite, pela Indaiatuba Cycling Team, equipe de Indaiatuba, cidade paulista onde a atleta morava nos últimos anos. Laís também conquistou a disputa feminina da oitava edição da Brasil Ride Road em 2021, prova de ciclismo de estrada eleita uma das dez melhores da América do Sul no gênero.

Além disso, Lais acumulava o feito de ter sido a primeira mulher a pedalar a subida do Pico do Jaraguá, ponto mais alto da cidade de São Paulo

A Federação Paulista de Ciclismo emitiu uma nota de pesar pela morte da ciclista, que em 2021, foi campeã paulista de ciclismo de estrada na categoria elite.