Cachaçaria centenária dá origem ao complexo Sossegada em Capitólio

Complexo turístico oferece estrutura com trilhas, cachoeiras, restaurante e a maior tirolesa do Estado

Cachaçaria centenária dá origem ao complexo Sossegada em Capitólio
Tirolesa de 1 km de extensão fica num mirante a 1.182 metros de altura e é a maior de Minas (Divulgação/Reprodução)

A 61 kms de Passos, o Complexo Turístico Sossegada, no município de Capitólio, é uma boa dica para um fim de semana que pode misturar aventura com a tranquilidade das belezas e da culinária da região para toda a família. E não é exagero: Sossegada é o nome da cachaça que está chegando neste final de setembro de 2022 aos 100 anos e é produzida na fazenda do mesmo nome. É um local muito bonito com hospitalidade e comida mineira bem típica num restaurante onde fica a base final da maior tirolesa de Minas Gerais. As cachoeiras ficam bem perto, cerca de 100 metros, com uma boa estrutura de trilhas, escadas, cordas e plataformas para deixar o passeio bem legal, com taxas distintas para os diversos passeios e o almoço é self-service. O acesso ao local é pela MG 050, com poucos kms de estrada de terra bem conservada e com tráfego normal para veículos de passeio.

Desde o ano passado o ponto alto é a tirolesa, instalada no mirante a 1.182 metros do nível do mar. Do restaurante, carros 4x4 levam até o alto da montanha – a 3 kms – de onde se avista 3 cidades da região e alguns distritos, além de toda a vastidão da Canastra e Lago de Furnas (o visual já vale o passeio). A tirolesa tem grande e confiável estrutura. A descida de mais de 1 km leva cerca de 1 minuto e 30 numa velocidade que pode chegar a 80 kms/h. É uma vista linda que em alguns pontos chega a 160 metros de altura (metade da altura do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro). Desde a sua inauguração, a tirolesa do complexo ganhou o título de maior de Minas, tirando-o da existente em Belo Horizonte no bairro Mangabeiras dentro do parque homônimo, com 800 metros de extensão e 70 metros de altura.

O Complexo Sossegada surgiu recentemente, mas a cachaça que deu o nome é centenária e é uma das mais tradicionais e mais conhecidas cachaçarias da região. Para celebrar o 100º aniversário, no último dia 24 de setembro, Pedro Carlos Rodrigues, neto do fundador do primeiro engenho da família, Manoel Rodrigues de Melo, promoveu um evento no complexo turístico.

 

Atualmente a Sossegada é administrada por Pedro Henrique Santos Rodrigues e sua família (Divulgação)

 

 

HISTÓRIA

O primeiro engenho foi construído por Manoel Rodrigues de Melo, avô de Pedro, na fazenda Ambrósio, de 156 hectares, distante dois quilômetros da igreja matriz da cidade. Na época, a produção de pinga era artesanal e o equipamento era movido à água, através de uma roda de ferro.

“Alguns anos depois, a população da cidade passou a ser abastecida pela água do ribeirão, teve a vazão diminuída, e o engenho parou de funcionar porque o volume era insuficiente para girar a roda. Depois de anos, a moagem de cana passou a contar com bois, depois motor a óleo diesel e, hoje, energia elétrica”, contou Pedro ao jornalista Ézio Santos.

O primeiro rótulo da cachaça tinha a inscrição ‘Chamada’ e o empresário explicou o motivo: “Naquela época, era comum o povo dizer “vamos chamar uma pinga no peito”. Com a morte do meu avô, assumiu a empresa Antônio Rodrigues Melo, meu finado pai, e, em razão do seu jeitão de ser dele, tranquilo, calmo até demais, passou a se chamar Caninha Sossegada e continua até hoje”, contou Pedro. Atualmente, a empresa é administrada pelo filho dele, Pedro Henrique Santos Rodrigues, de 30 anos.

A produção da cachaça Sossegada é de mil litros por ano, durante o período da safra, entre os meses de agosto e outubro. A bebida, depois de ficar descansando por oito meses em tonéis de jequitibá, carvalho e amendoim, é vendida no comércio de Capitólio, além de pousadas, hotéis e pontos turísticos da região. Atualmente, há 120 mil litros envelhecidos, nas variedades na cor branca e amarela.