Aumento no número de vereadores desagrada representantes da sociedade

Lideranças são contrárias à criação de mais 6 vagas na Câmara de Passos

Aumento no número de vereadores desagrada representantes da sociedade
Apenas os vereadores Francisco Sena, Gilmara Silveira e Aline Macedo votaram contra a matéria (Divulgação)

A aprovação por oito votos a três do projeto que eleva o número de vereadores de 11 para 17 não agradou líderes da sociedade civil em Passos. O projeto, que teve oito votos favoráveis e três contrários em primeira votação na segunda-feira, 10, deve voltar a ser analisado no próximo dia 24.

Votaram a favor do aumento no número de cadeiras no Legislativo os vereadores Alex Bueno, Dirceu Soares, Edmilson Amparado, João Serapião, Luiz Carlos Dentinho, Maurício Silva, Michael Silveira e Plinio Andrade. Contra, votaram os parlamentes Aline Macedo, Gilmara de Oliveira e Francisco Sena Carvalho.

Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Passos (Acip), Renato Mohalem, não há nenhum benefício na proposta. “Somos totalmente contrários ao aumento de 11 para 17 vereadores. Não há nenhum benefício prático desse aumento que não seja o aumento das despesas e o confisco de recursos que devem ser investidos em prol da população, especialmente na saúde e assistência social. Além disso, entendemos que o aumento do número dificulta sobremaneira a gestão do Executivo, pois aumenta o espectro político da Câmara e dificulta sobremaneira a governabilidade. Neste momento em que o Governo Federal e o Governo de Minas equilibram suas contas, a Câmara Municipal de Passos vai em direção diametralmente oposta, aumentando suas despesas sem benefício algum para a comunidade. Essa é nossa posição”, disse.

Para a diretora regional do Sindicato Dos Trabalhadores em Educação (SindiUte), Maria Antônia Mourão, uma proposta como esta deveria ser analisada com a população antes de ser encaminhada para votação.

“De todos os educadores que opinaram, nenhum é favorável. Não reconhecemos nem podemos apoiar que representantes eleitos por um povo votem projetos de tamanha importância sem consulta popular, especialmente um projeto que aumenta em muito a despesa do município. Claro que entendemos que menos vereadores, menos representatividade. Porém, cada vez mais notamos representantes dos mesmos interesses, do mesmo lado quando lhes convém. E, principalmente, não há a mesma celeridade, ou empenho, para votar projetos levados por cidadãos e contribuintes, como é o caso da luta pela criação do Conselho Municipal LGBTQIA+, que não traz ônus, apenas representatividade para um coletivo de cidadãos e cidadãs, eleitores e contribuintes”, afirma.

O presidente da União das Associações de Bairros de Passos, Dione José de Paula, disse que 18 presidentes se manifestaram contrariamente e nenhum foi favorável à proposta. “Significa gasto porque sobra menos para retornar ao Executivo no fim do ano, dinheiro este que faz falta para a comunidade”, disse.

A presidente do Sindicato dos Empregados da Prefeitura de Passos (Sempre), Simone Reis, manteve-se em posição de neutralidade. “Com relação ao aumento de vereadores, melhor ver isso com o presidente da Câmara, Alex Bueno. O sindicato não tem nada a posicionar com uma escolha deles. Acreditamos que tudo que for bom para a cidade de Passos, também será bom para todos nós”, declarou.

Já outros não têm opinião formada, como o caso do presidente da entidade que teve forte influência na eleição do vereador Plinio Andrade para a Câmara, Associação Comercial e Industrial de Móveis Rústicos de Passos (Acimov ), Douglas Reis Andrade. “Vi uma matéria ontem por alto e prefiro não opinar sem total conhecimento do assunto”, disse