A seita religiosa furtava objetos, ossos e até cadáveres de um cemitério

A seita religiosa furtava objetos, ossos e até cadáveres de um cemitério municipal

A seita religiosa furtava objetos, ossos e até cadáveres de um cemitério
Os homens foram presos por violação e vilipêndio no cemitério (Divulgação PCMG)

Uma liderança de seita religiosa, de 53 anos e um funcionário de cemitério, de 66, foram presos preventivamente, nesta quinta-feira (26/10), em Patos de Minas, e Vazante, região Noroeste do estado, respectivamente, durante a operação Finados, deflagrada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), com apoio do Ministério Público (MPMG). Eles são suspeitos de envolvimento em esquema de subtração de ossadas e objetos de sepulturas.

 

As investigações, realizadas pela Delegacia de Polícia Civil em Vazante, tiveram início em setembro deste ano a partir de denúncia feita ao MPMG e encaminhada à PCMG para apuração. Conforme narrado, em dezembro de 2022, integrantes de uma seita religiosa, liderados por uma pessoa de Patos de Minas, teriam violado e profanado sepulturas do cemitério municipal de Vazante. O grupo também teria vilipendiado e subtraído cadáveres que estavam no local, os quais teriam sido ocultados na residência do investigado de Patos de Minas.

 

De acordo com o delegado André Luiz Ferreira dos Santos, no decorrer das investigações, foi levantado que um funcionário do cemitério de Vazante, além de praticar os delitos contra o respeito aos mortos (vilipêndio), também teria recebido vantagem indevida a fim de auxiliar os demais suspeitos. “O funcionário do cemitério de Vazante seria o responsável por escolher qual túmulo seria violado, desenterrar os corpos, subtrair objetos e garantir que a prática delituosa não fosse descoberta”, informa.

 

Em decorrência do trabalho investigativo, a Polícia Civil representou à Justiça pela prisão preventiva de dois dos investigados - o funcionário do cemitério e o líder do grupo - e por três mandados de busca e apreensão domiciliar, medidas cumpridas hoje nas duas cidades. Na ocasião, foram recuperados objetos e ossos supostamente subtraídos do cemitério de Vazante.

 

Também na operação Finados, médicos-legistas e peritos da PCMG realizaram procedimento de exumação no cemitério de Vazante, constatando a falta de diversos ossos de um cadáver.

 

Os suspeitos foram encaminhados ao sistema prisional, e as investigações prosseguem.

 

A operação contou com a participação de equipes das delegacias em Vazante e Patos de Minas.