10 anos sem Gustavo José Lemos. Qual o legado que ele deixou?

10 anos sem Gustavo José Lemos. Qual o legado que ele deixou?
Gustavo José Lemos, um dos ícones da arte em Passos

Duas visões diferentes sobre um mesmo assunto para você formar a sua opinião:

 

Há 10 anos, no dia 13 de maio de 2011, morria o artista, cronista e professor Gustavo José Lemos. Durante anos ele foi um dos ícones da arte na cidade. Convidamos duas personalidades passenses para debater o papel que ele desempenhou na arte de Passos, Ézio Joele Filho e Pedro Silva. A eles perguntamos:

 

Na sua opinião, foi com ele uma parte da arte passense?

Qual o legado de Gustavo?

E já não se faz arte como Gustavo fazia antigamente?

 

  

 ÉZIO JOELE FILHO responde: Com a morte do Gustavo José Lemos Resende Ferreira, aos 62 anos de idade, a cidade de Passos perdeu um grande artista. Um artista muito eclético que amava de coração e alma o que fazia, pois se preocupava somente com o sucesso do espetáculo e em momento algum com o resultado financeiro. Uma pessoa desprendida por completo!!!

Versatilidade era sua marca registrada no desempenho das funções de ator, diretor, roteirista, cantor, escritor, cronista, desenhista e mestre-de-cerimônias. Além do teatro, o cinema era sua outra paixão, tanto que comentava os filmes da sessão Pipoca & Bala Pipper, um idealizador junto com o Itamar Bonfim, antes das exibições. Paralelamente ainda exercia a profissão de professor no CIC – Colégio Imaculada Conceição. Como hobbie, ele se aventurava na cozinha e fazia um delicioso macarrão frito e um pão de queijo com linguiça, que considerava “dos deuses”.

 

Mas o legado dele está aí e ainda não vislumbro ninguém que possa assumir essa responsabilidade de fato. Porque o Gustavo José era único, se foi e deixou vários atores que conviveram e aprenderam com ele, mas não conseguiram igualar e muito menos superar o mestre. A arte em Passos ainda não superou ou igualou a fase pós-Gugu!!! Não é por acaso que o seu nome foi dado ao mais tradicional e pioneiro teatro da cidade, que passou a se chamar Teatro Rotary Club – Gustavo José Lemos.

 

Ao grande e saudoso amigo fiz uma pequena homenagem na minha coluna Bastidores, justamente um dia após a sua morte e dia da cidade (que ele criava os belos desfiles temáticos), com sua fotografia e os dizeres: “Gugu sai de cena para os bastidores no dia de Nossa Senhora de Fátima. Nossa homenagem a uma amizade de mais de meio século”.

PEDRO SILVA responde: Com a morte do Gustavo, perdemos um dos maiores artistas que pude conhecer. Sua arte não morreu junto com ele, pois a arte é atemporal e tudo que foi criado por ele permanece. Perdemos um gigante, mas não perdemos sua arte.

 

Hoje em Passos temos muitos artistas que foram  alunos do Gustavo: eu , meus pais, Caju, Maurilio Romão, Tales de Carmo... Todos somos, como dizem, crias do Gustavo  e seguimos  criando e trabalhando  sucedendo  o trabalho  teatral dele.

 

Gugu deixou em todos o prazer pela arte, pelo cinema, a arte de criar,  de pegar um livro,  um texto, um filme  e transformar  em algo maravilhoso,  em criar  e em levar com simplicidade, criatividade  e alegria arte – da qual ele era um grande  amante. Não se faz... A arte é cíclica e está sempre em mudança, sempre se reinventando e o artista é único, assim como sua arte!

 

Gustavo era único e sua arte também era! Novos tempos, novos ares, novas artes mais sempre lembrando  e sendo inspirado pelo eterno Gugu.